Religiosidade



África Oriental
Na África, estima-se que 40% da população seja muçulmana, 32% cristã e 25% pertença a religiões tradicionais. Na parte oriental desse continente, o Candomblé, a Umbanda e o Animismo são religiões com forte poder de expressão.
A Umbanda é definida como uma espécie de espiritismo crendeiro e sincrético cujos seguidores classificam como magia branca porque nas reuniões não se pratica o mal, só se trabalha para o bem. Nos trabalhos que realizam, os umbandistas fazem uso do Ponteiro (punhal), Pembas (pequenos blocos de argila especial) de várias cores, Congerê (despacho ou trabalho que se coloca nas encruzilhadas), velas de diversas cores, pombos pretos e brancos, galos vermelhos e pretos, sangue de boi, farofa de inhame com dendê ou mel de abelha, perfume, ervas diversas, Tuia ou Fundango (pólvora), Cururuto (charuto), Bango ou Jimbo (dinheiro), Pito (cachimbo), Marafo ou Malafo (aguardente) e outras coisas. O lugar onde se faz a reunião denomina-se terreiro (Ilê). Nele não se pode entrar calçado e sem pedir licença ao Santo. A licença consta em fazer com as pontas dos dedos uma pequena cruz no chão, na porta do Peji, e somente após a reverência o crente pode penetrar no santuário (Peji) e no terreiro (Ilê), em seguida.
Dentro da religião da Umbanda, Oxum é São Jorge; Oxocê, São Sebastião; Xangô Caó, São João Batista; Xangô Agodô, São Jerônimo; Inhaça ou Iansã, Santa Bárbara; Iemanjá, a Virgem Maria; Oxum ou Axum, Nossa Senhora da Conceição; Nana ou Nana Burucu, Senhora Santa Ana; Ibeji, São Cosme e São Damião, entre outros. Revela-se forte hibridismo por parte do povo que segue e orienta essa Lei tão original. Na Umbanda, cada pai-de-santo tem um espírito a quem recorre com mais facilidade e que considera de modo especial, não importando o motivo.
Já o Candomblé é considerado uma religião dinâmica e essencialmente monoteísta. Seus praticantes crêem em um único Deus-criador, Olorum, criador do céu, da terra, dos Orixás e do homem. O Candomblé consiste numa prática religiosa que existe desde os tempos mais remotos, podendo-se dizer que nele não existem incorporações de espíritos. Os Orixás, possuidores de força e vibrações, são tidos como energias puras da natureza que nunca passaram pela vida, ou seja, não se tratam de entidades, e sim de elementais da natureza criados por Olorum. No Candomblé, a consulta ao outro mundo é realizada através da leitura esotérico/divinatória do jogo de búzios, e o tratamento para cada caso é feito com elementos da natureza, oriundos do reino vegetal, animal e mineral, ou ainda através de oferendas, Orôs (rezas) e rituais africanos.
O animismo consiste na crença em um único criador do universo que colocou um espírito em todas as coisas, sejam elas animadas ou não, é uma crença que atribui a alma aos objetos e que “numa doutrina espiritual, a alma é o agente essencial da vida que nunca morre”. Igualmente são cultuados os ancestrais e se dá um valor particular à magia.
Devido à grande variedade de crenças, a África é palco de alguns conflitos religiosos. No Djibuti, por exemplo, embora haja liberdade religiosa e de evangelização, esta última não é encorajada: é estritamente proibido pregar para muçulmanos, o que ocasiona em uma série de perseguições. Na Somália, De acordo com o artigo dois da Constituição do país, o islã é a religião oficial do Estado e não há espaço para outras crenças. Além disso, o país é governado pela sharia, lei islâmica, que também coloca a apostasia (conversão a outras religiões) como prática ilegal. Mudar de religião não significa apenas uma traição ao islã e à comunidade muçulmana, significa da mesma maneira uma ruptura com as normas e valores da sociedade. Em sociedades tribais, este é um crime muito grave. Aqueles que são suspeitos de serem cristãos recém-convertidos do islamismo são frequentemente mortos no local em que são descobertos.
Alguns rituais praticados em países da África Oriental podem parecer ultrapassados para o século 21. No Madagascar, a famadihana, ou "virada dos ossos" é um rito muito comum em que parentes de um defunto exumam o corpo anos após a morte e dançam com o cadáver. Para a população da ilha africana, trata-se um ritual que mostra respeito pelos antepassados e transforma a dor da perda em alegria.
No Quênia, muitas cerimônias fazem parte da vida dessa tribo e eles acreditam que a base da iniciação de um membro na sociedade em que vive é a circuncisão, feita entre os quinze e os vinte anos nos homens, e após a primeira menstruação, nas mulheres. No caso delas, a circuncisão, é na verdade a mutilação genital. O procedimento inclui a remoção parcial ou total dos órgãos genitais externos, além da costura da vagina. Eles utilizam qualquer coisa para fazer o corte, de lâminas de barbear a cacos de vidro ou tesouras quebradas, com a intenção de reduzir o desejo sexual da mulher antes de ela se casar. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera a prática uma violação dos direitos humanos.
O continente africano mostra-se extremamente rico e diversificado religiosamente. Muitas cerimônias e religiões são típicas dessa região da Terra. A população tem uma fé sólida e realmente enxergam na religião uma maneira de ter sua vida melhor.